Memória Capixaba

channel image

Memória Capixaba

Memória Capixaba

subscribers

O sonho dos milhões...
O ROTEIRO DO PIRATA ZULMIRO
Vários autores mencionam o tesouro da Ilha da Trindade
De 1830 a 1913...

Ao Rio-Jornal foi dirigida a seguinte carta:
"Ilmo. sr. redactor do "Rio-Jornal"! — Acabo de ler em vosso jornal uma crítica referente à expedição que parte para a Trindade. Como um dos organizadores da mesma, peço-vos permissão para opor algumas considerações que espero tereis a gentileza de publicar para restabelecimento da verdade. O roteiro, que mais uma expedição vai levar à Trindade, não foi, como dizeis, escrito por Isac Bickerstoff, no livro por ele publicado em Londres no ano de 1754, sob o título "The Tatler", livro este que não trata de aventuras de piratas.
O roteiro em nosso poder foi escrito pelo próprio pirata Zulmiro, nome de guerra adotado por um oficial da marinha inglesa, que, após haver assassinado um companheiro, fugiu da Inglaterra, atirando-se à vida de pirataria.
O sr. Eduardo Stammers Ioury, já falecido, foi o primitivo possuidor do roteiro, presente que lhe fez o pirata Zulmiro, a quem conhecera no Paraná, no ano de 1880. Morto o sr. Eduardo Iouny, passou o livro em que está escrito o roteiro deixado pelo pirata Zulmiro à ser propriedade de seu irmão já falecido sr. Alfredo Iouny, antigo maquinista da Estrada de Ferro Central do Brasil, sendo atualmente propriedade do sr. Frederico Ramos, professor em Lorena, de quem o sr. Alfredo Iouny era padrasto.
Em 1896, em artigos escritos no "Jornal do Commercio", sob o pseudônimo de J. F. Bastos, o sr. Eduardo Stammers Iouny relata a história do conhecimento travado com o pirata Zulmiro, que faleceu no Paraná com cerca de dois anos, de quem recebera o livro que contém o roteiro que nos levará à Trindade, e autografado do pirata Zulmiro, que está escrito em inglês e entrelinhas no livro "The Tatler", publicado em Londres em 1754, por Isaac Richerstaff.
Pelos dados fornecidos pelo pirata Zulmiro ao sr. Iouny calcula-se que o tesouro fosse escondido há oitenta e três anos. O roteiro em nosso poder determina "matematicamente" o ponto em que foi o tesouro escondido. Como sabeis, o observatório astronômico afirma, o rumo a determinar-se hoje para poder ser encontrado o ponto em que foi escondido o tesouro está completamente modificado, devido à declinação da linha magnética atingindo o ponto em que o roteiro assinala a existência do tesouro.
Pela cópia do "croquis", em nosso poder, enviado pelo Observatório Astronômico, em resposta à consulta feita, podereis ver que o rumo determinado pelo engenheiro é diferente do indicado pelo mesmo observatório.

### Notícias sobre os novos estabelecimentos do Rio Doce - Rio de Janeiro, 02 de março de 1811.
**Conde de Palma**

**Ilmo. e Exmo. Sr.,**

Tendo feito convocar a Junta da Civilização dos Índios e examinado cuidadosamente o estado atual das seis divisões empregadas na conquista dos Botocudos, tive a completa satisfação de ver os progressos que algumas destas divisões haviam feito, e com muita especialidade a 1ª e a 5ª.

Concluiu-se a inspeção do Tenente-Coronel Maximiano de Oliveira Leite nas duas ditas divisões, e V. Exa. há de contentar-se infalivelmente quando examinar a parte circunstanciada que dá este oficial, a qual parte vai no seu original à presença de V. Exa. no correio próximo pelo expediente da Junta Militar. Pelo mapa incluso verá também V. Exa. que têm entrado para cima de 3.000 pessoas só nos limites da 1ª Divisão, e em muito pequena parte da 5ª. (estes dois corpos marcham pela margem esquerda do Rio Doce e por terrenos pertencentes às comarcas de Sabará e Serro do Frio).

Já os novos colonos da 1ª Divisão pretendem ajuntar-se em corpo de povoação; pediram-me comandante das ordenanças que os governasse e licença para erigirem capela à sua custa, devendo esta ser edificada no porto Real de Joanésia junto ao ribeirão de Santo Antônio, que é muito abundante de ouro e navegável até à sua foz no Rio Doce, de onde dista 8 léguas, tendo as suas cabeceiras na comarca do Serro do Frio.

Esta paragem está, pode-se assim dizer, no centro da mata geral do Rio Doce; nunca ali entraram os habitantes desta Capitania; nem eles, há três anos, poderiam esperar que dentro de tão limitado tempo não só libertariam inteiramente os seus terrenos já cultivados das incursões bárbaras dos índios, e muito menos ir, como vão agora, formar estabelecimentos permanentes de agricultura e mineração no centro das suas próprias habitações.

Infallivelmente no fim da primavera futura as divisões todas terão concluído as diferentes estradas que se lhes incumbiram até aos limites da Capitania do Espírito Santo, margem do Rio Doce e parte da Capitania da Bahia, na comarca de Porto Seguro; e as intensas e dilatadas brenhas, que serviram até agora de covil às feras e aos Botocudos, ainda mais temíveis do que as mesmas feras, transformar-se-ão em povoações deliciosas, prosperando a agricultura em terrenos novos, por isso mesmo fertilíssimos, animando-se outra vez a mineração como nos primeiros dias felizes desta Capitania, e criando-se ao mesmo tempo um comércio ativo, que ela nunca teve, nem esperou ter.

Afirmo a V. Exa. e V. Exa. pode afirmá-lo ao Príncipe Regente Nosso Senhor, que dentro de muito pouco tempo se reconhecerá geralmente quanto foram bem empregados todos os esforços que a sempre indefectível generosidade e paternais desvelos de S. A. R. praticaram em benefício da Capitania de Minas Gerais, que tendo sido em outro tempo a mais interessante do Brasil, ainda pode vir a ser em breves dias com muito maior esplendor.

As capitanias hereditárias surgiram por ordem do rei português D. João III, no ano de 1534, sendo a primeira divisão territorial e administrativa implantada pelos portugueses na América Portuguesa.

Basicamente, o território da América Portuguesa foi dividido em 15 grandes faixas de terra, que tiveram sua administração entregue a interessados. A vida das capitanias como única forma de divisão e administração teve vida curta, uma vez que, em 1548, surgiu o Governo-Geral.

Os portugueses chegaram ao Brasil em 22 de abril de 1500, durante a expedição liderada por Pedro Álvares Cabral. Apesar de a chegada portuguesa ao Brasil ter sido uma grande novidade em Portugal, não atraía tanto a atenção dos portugueses naquele momento, uma vez que o comércio com a Índia representava uma possibilidade de maiores lucros.

Durante os primeiros trinta anos da colonização portuguesa no Brasil, a única grande atividade econômica desenvolvida foi a exploração do pau-brasil, árvore localizada nas regiões litorâneas e conhecida por possuir uma cor vermelha muito forte. A presença portuguesa concentrava-se nas feitorias, localizadas no litoral.

A princípio, os portugueses estavam bastante confiantes na posse da nova terra por conta do Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 pelo papa Alexandre VI. Esse acordo estabelecia a divisão das terras do novo continente entre Portugal e Espanha. Apesar de dar uma certa segurança aos portugueses, esse tratado não garantia que outras nações não tentariam roubar as terras dadas a Portugal.

No começo da década de 1530, o comércio com a Índia estava em declínio, e as terras dos portugueses na América estavam ameaçadas por franceses, que invadiam com frequência o território, aliando-se com nações indígenas inimigas de Portugal. Com essa situação, Portugal percebeu que era necessário ampliar os esforços de colonização do Brasil, caso contrário correria o risco de perder as terras.

A saída encontrada por Portugal foi bem simples: em vez de a Coroa financiar todo o processo de colonização do Brasil, resolveu passar o ônus para terceiros. Com isso, o rei português decidiu dividir o território em 15 lotes, que foram distribuídos em 14 capitanias diferentes, cuja administração ficou sob responsabilidade dos capitães-donatários.

Revolta de Beckman (1684):
Local: Capitania do Maranhão.

Guerra dos Emboabas (1708-1709):
Local: Minas Gerais.

Guerra dos Mascates (1710-1711):
Local: Capitania de Pernambuco.

Inconfidência Mineira (1789):
Local: Capitania de Minas Gerais.

Conjuração Baiana (1798):
Local: Capitania da Bahia.

Embora não necessariamente separatistas, algumas outras revoltas e movimentos no século XVIII no Brasil refletiam a insatisfação com a administração colonial portuguesa e contribuíram para o clima de rebelião:

Esses movimentos e revoltas no Brasil colonial mostram a crescente insatisfação com o domínio português e as sementes do sentimento de independência que culminariam no século seguinte com a independência do Brasil em 1822.

Texto do Dr. Mário Aristides Freire.

Damos espaço, agora, à notável peça oratória, eloquente e sólida de argumentos e conclusões consideráveis, que foi a conferência do Dr. Mário Aristides Freire, expoente da mais apurada cultura intelectual espírito-santense:

O progresso do Estado do Espírito Santo nos quatro séculos decorridos desde o início do seu povoamento, comemorado hoje festivamente, demonstra a riqueza e notável fertilidade de seu solo, bem como a grande tenacidade dos que aqui têm vivido e trabalhado.

Há precisamente quatrocentos anos, os primeiros colonos portugueses saltavam, maravilhados, em um rústico recanto, à entrada da encantadora baía de Vitória.

Pela Carta Régia de 1º de Junho de 1534, Vasco Fernandes Coutinho fora contemplado com 50 léguas de terra, na costa, do sul das que haviam sido concedidas a Pedro de Campos Tourinho. Bravo fidalgo, já citado nas crônicas militares das conquistas na Ásia, o donatário vendera tudo quanto possuía em Portugal, empolgado pelo desejo de tornar logo realidade o seu grande sonho patriótico: trazer a fé e a crença católica, o que valia dizer naquele tempo trazer a civilização, a um largo trecho do Novo Mundo.

Daria expansão, assim, ao espírito aventureiro de mais um bando heroico de portugueses; mostraria de que ainda eram capazes os denodados lusitanos, descendentes próximos daqueles desprendidos e temerários navegadores do famoso périplo africano, audazes descobridores de terras “por mares nunca dantes navegados”.

### Relatório do Governo de Francisco Alberto Rubim - 25 de junho de 1816
#### Breve notícia estatística da Capitania do Espírito Santo, parte do Reino do Brasil
#### Mensagens do Governador de Sergipe para a Assembleia (SE) - 1891 a 1930.

**RESUMO:**

- 5 Vilas.
- 7 Povoações.
- 7 Freguesias.
- 5 Igrejas Filiais.
- 3 Colégios dos extintos Jesuítas.
- 1 Santa Casa de Misericórdia.
- 4 Capelas de Particulares.
- 3 Conventos Franciscanos.
- 1 Convento de N. S. do Carmo.
- 2 Ordens Terceiras.
- 7 Portos de Mar.
- 10 Rios principais.
- 76 Engenhos.
- 68 Engenhocas.

**População:**

- 3.523 Fogos.
- 22.527 Almas.

**Nota:** A população desta Capitania se supõe exceder muito à que é reportada pelos comandantes dos distritos, especialmente no que se refere à escravatura, pois os senhores sempre declaravam menos escravos do que realmente possuíam.

Villa da Vitória, 25 de junho de 1816.
FRANCISCO ALBERTO RUBIM.

Apertada entre a montanha e o mar, prolongando-se pela encosta granítica, subindo tenazmente os morros, pendurando-se dos barrancos, alcandorando-se, enfim, nas grimpas da serra, Vitória, a pitoresca, aparece. A sua casaria branca esplende em frente aos últimos raios louros do ocaso.

E, entre a verdura negra e as manchas pardacentas da rocha descoberta, a cidade parece um grande pássaro branco, que do céu azul tombasse ferido, asas abertas, penas impolutas, à beira da baía formosa. A torre aguda de uma igreja forma-lhe o bico pontudo, voltado para o céu numa ânsia do espaço azul, da liberdade infinita do ar alto, como já com saudades da vida que se lhe esvai. E, para maior semelhança, um bando negro de corvos abre as largas asas serenas, na limpidez da tarde, rodopiando no ar, em vagarosos círculos concêntricos.

Entre o continente e a ilha, o apertado canal move as águas velozes, em direção à barra, como um rio profundo, de leito cavado na rocha; e as manchas movediças dos barcos silenciosos parecem, à noite que cai, outros tantos corvos que voejam junto à água, aproveitando a sombra noturna, para o ataque à presa apetecida.

O céu polvilha-se de estrelas, e a brisa mansa, cheirando às ervas verdes, úmidas já do orvalho, amacia, suaviza a pele, e faz desfazer-se no ar um floco esgarçado de nuvem longínqua.

Súbito, Vitória ilumina-se; e os focos elétricos dos cais, numa reticência luminosa, prolongam os seus raios pela água do estreito, que fulgura, tremulamente.

Da lancha célere, ouve-se já o "tlin-tlin" monótono de um bonde, puxado por bestinhas pachorrentas; e a voz da cidade, a inconfundível voz da cidade, harmonia formada de sons desarmônicos, vem já até nós, como um suspiro abafado.

Aos zig-zags, pela áspera estrada, a pouco e pouco se alargam os horizontes, amplia-se o panorama, até chegar-se, enfim, ao cume rochoso, de onde a vista, embevecida, deliciosamente se perde pela amplidão ilimitada, acompanha a orla branca do litoral, estendendo-se pelo sereno crescente das praias, entrando pelas âncoras e enseadas, saltando, com as vagas espumosas, por sobre os cachopos e os escolhos prolongando-se, preguiçosamente, pela planície azul, até ao meio círculo violáceo, em que o céu se liga ao mar, numa linha esfumaçada e indistinta; seguindo, da banda oposta, o sinuoso curso dos rios, a sucessão ininterrupta de outeiros baixos, pequenas ondas de verdura, que a brisa fresca parece levantar da planície ou perdendo-se no irregular perfil dos montes da grande ilha de Vitória, ou seguindo em baixo, no sopé da coluna granítica, a linha das ruas de Vila Velha, estradas retas de areia branca, batidas em cheio pelo sol...

Ah! felizes olhos que te viram, ó pitoresca Vitória! felizes os meus olhos de artista, que comovidamente te gozaram a lindeza e a graça! E feliz tu, que consegues, toda poesia, toda pitoresca, deixar gravada, na retina dos que te viram, esta deliciosa, esta embevecedora impressão de beleza!

**Affonso Lopes de Almeida**

Jorge Luís da Silva, o “Luís Fumanchu”, nasceu no município de Castelo (ES), em 14 de novembro de 1952.

Um dos 11 filhos de dona Jacira e do sapateiro Corinto, Jorge Luís ganhou o apelido de “Pito”, por ser um bom vendedor de pirulitos na escola onde estudava.

Além de vender seus pirulitos, Jorge Luís ocupava o tempo engraxando sapatos e jogando futebol nos times da região.

Anos mais tarde, quando já estava devidamente instalado nos alojamentos de São Januário, Jorge Luís encontrou no técnico Célio de Souza muito mais do que um amigo.

Célio de Souza sempre acreditou no futebol do talentoso meio-campista, que nunca teve medo de encarar os perigos da cidade grande, como também não teve medo de enfrentar os desafios de jogar como ponteiro direito.

“Até dinheiro o seu Célio me deu quando o Vasco me dispensou por um tempo”; disse Jorge Luís em reportagem publicada pela revista Placar em 11 de março de 1977.

Campeão carioca da categoria juvenil em 1971, Jorge Luís ganhou respeito e também um apelido que mudou sua vida.

Inspirado no sucesso da série de televisão “Kung-Fu”, Jorge Luís ficou conhecido pelos companheiros como “Fumanchu”, embora inicialmente tenha resistido ao apelido!

Na reserva de Jorginho Carvoeiro, Fumanchu assinou seu primeiro contrato no findar de 1973, quando foi emprestado ao Sport Club do Recife (PE) para ganhar experiência.

Em seguida, o ponteiro direito foi cedido novamente por empréstimo ao Santa Cruz Futebol Clube (PE), que na ocasião tentava montar uma equipe competitiva para os compromissos do campeonato brasileiro de 1975.

No Arruda, Fumanchu foi um dos grandes destaques na ótima campanha do Santa Cruz. Os pernambucanos esbarraram apenas no confronto semifinal contra o Cruzeiro.

O Minas Gerais publicou o seguinte officio dirigido pelo presidente de Minas ao do Espírito Santo.

Exmo. sr. presidente do Estado do Espírito Santo. — Cabe-me a honra de responder a V. Ex. o officio n. 13, de 26 de maio proximo findo, em que vossignias communicava-me a vossa acquiescencia ao convite para a nomeação de uma commissão mixta destinada à aviventação das fronteiras dos nos seus respectivos Estados, e, ao mesmo tempo me propunheis o accordo que vos parece dever dirigir, como medida preliminar, aos actos definitivos da aviventação.

Reconheço em primeiro lugar, com satisfação, a opportunidade e o sentimento justo com que vossignias principiaes o vosso officio, salientando o reconhecimento do valor inconstestavel do auto de 8 de outubro de 1859, base necessaria e iniludivel para resolução das controversias que se queiram levantar sobre o assumpto.

Diante do exposto que citaste, me recordo de 1877 entre os governos mineiro e Espirito-Santense sobre este negocio, em concertado trabalho de ambas administrações, em que o conselheiro José Pedro com força da união das duas provincias, face ao tribunal supremo julgo que essa injustiça seria levada a outro tribunal ocasional, se de facto a jurisdição do Espírito Santo é José Pedro não fosse facto notorio: — é um incidente cívico: 1, que vigilantes como servem os primeiros mineiros na defesa do seu territorio, datando de 37 annos como testemunho de actos de ambas nisto sentido 2, que a soberania não espç saia pelo governo auxiliar essas, poderia, em virtude da soberania e independência, legislação ainda no período historico confirmada pela lei basica de 12 de fevereiro de 1841, resolvesse questão vital para Minas, como essa sendo em bom direito, é verdade: solução de, conformidade com as condições de um "util possidetis", firmando a violação consitente dessa mesmissima legislação.

E nem só Minas, o proprio governo geral, no velho regime, e o governo republico não assum sempre em terreno e consequentemente mantiveram como Estado Mineiro o territorio comprehendido entre o Mucuri, José Pedro e a Serra da Chibata, divisoria com Guandú.

Além dos factos de dever impugnar a ipse de todas, voces e circunstancia que me livra da jurisdictio e, a mina tolerancia de justificar não são leis legitimadas de possessões de direitos os governos nacionais que legitimados perante os principios, leis, antigas e nova com unanimidade a utilidade consitente uma solução que vassignias, reclamada por V. Ex. dessa exactidão com a vossa adherencia a uma consulta popular que ha de passar a linha divisoria dos nossos Estados, não é licito, em cumprimento dos altos deveres concludentes à minha gestão e solicitude, modificar os termos da minha proposta, constando de meu officio de 5 de abril do corrente anno, e bem certo de que lhe, diante das novas ponderações do vosso officio, como sempre, vou ter, com o nobre povo, que o dignaes representar, a firmeza e reconhecer a justiça da causa de meu Estado e corrigir o governo.

Os capixabas receberam com entusiasmo a Independência e a Abolição da Escravatura.
Revista Manchete - 1972.

1822

Os acontecimentos que apressaram a separação do Brasil repercutiram no Espírito Santo sem maiores consequências. A Junta Governativa não escondia seu favorecimento à Independência, cumprindo as ordens enviadas do Rio, incluindo as que mandavam desobedecer às instruções expedidas de Lisboa e cessar as relações mercantis com a Bahia, em poder das forças lusitanas do General Madeira. Quando ocorreu o 7 de Setembro, não se registrou, como em outras partes do Império, mudança violenta de membros do governo. Adepta da nova ordem política que se firmava, a Junta promoveu a manifestação pública de regozijo pelo acontecimento.

Em 1º de outubro realizou-se uma sessão especial da Junta para o reconhecimento da Independência e aceitação dos laços verde-e-amarelo. A proclamação, em ato solene, ficou marcada para 12 de outubro, com Dom Pedro na condição de Imperador. Nesse dia, em meio a grandes demonstrações de entusiasmo público, foi lido o juramento de fidelidade da província a Sua Majestade e ao Império.

Todas as câmaras do interior tomaram a mesma atitude, com exceção da câmara de São Mateus, que mantinha seus laços com os portugueses reacionários da Bahia. Uma pequena força militar foi enviada a São Mateus, com a ajuda do destacamento de Caravelas, para fazer a vila integrar-se no sistema político que começava. Não encontrou dificuldades. A notícia da defecção da vila não era exata.

Em 22 de janeiro, São Mateus celebrava sua incorporação ao resto do país. Passava a servir de cabeça-de-ponte para as operações que se projetavam visando apressar a expulsão das forças de Madeira de Melo, situadas na Bahia, mas recusando-se a mandar representantes ao governo revolucionário de Cachoeira, por considerar-se parte integrante do Espírito Santo, e não da Bahia. A essa altura já circulavam os boatos de que a agitação republicana havia chegado à província.

A Junta mandou realizar as devassas costumeiras em Benevente e Espírito Santo, mas nada foi apurado. A situação econômica da província, como consequência imediata de toda a alteração política que sacudia o país, começava a criar preocupações. Em fevereiro de 1823, a Junta traçou um quadro econômico apavorante. A seca que há três anos se registrava, junto com a inquietação reinante e a mobilização de braços para os serviços militares, provocara a quase extinção da agricultura. A falta de água, pela perda de

substância dos rios, era sensível. As rendas públicas tinham caído assustadoramente, o que acarretava dificuldades até para as despesas rotineiras. Um relatório da época mostra bem qual era a situação: "Não poucas vezes se tem levado aos pés do trono que as rendas desta província não avançam a mais de quinze contos de réis, e a despesa ordinária exige mais de 60 contos.

Posição - Na latitude de 19°21'30" e na long. de 30°9'57" do Observatório do Rio de Janeiro está localizada, à margem Norte do Rio Doce, distante 8 léguas da foz do referido rio, a vila de Linhares, título este de seu primeiro fundador (*), a qual foi elevada à categoria de vila em 2 de Abril de 1839, da qual foi despojada em 1841 pela lei que felizmente não foi sancionada pelo Presidente da província.

A vila está situada sobre um planalto que se estende até o mar em rumo LS., cortado por diversas lagoas que se intitulam "Aviz", onde há uma pequena povoação que comercia com esta vila em razão de sua proximidade, pois apenas dista 1/4 de légua. Além disso, há outras lagoas, como as do Meio, do Braz, do Testa, do Ururáu, do Campo, das Piábas, do Delphino e mais quatro que não mencionamos por desconhecer seus nomes.

Estas lagoas comunicam-se entre si e deságuam no rio "Ypiranga" na costa do mar em rumo Leste, sendo quase todas parcialmente habitadas, possuindo em suas matas toda espécie de caça e em suas águas toda qualidade de peixes.

As ruas desta vila, em número de 5, e diversas travessas compõem-se de 53 casas, sendo cobertas de telhas 23, incluindo um sobrado e 3 assobradadas, e mais 30 de palha, incluindo neste número a casa da Câmara, Quartel e Cadeia há tantos anos!!!

Existe pouco distante da vila o cemitério, recentemente construído pela Câmara Municipal.

Salubridade - O município é geralmente saudável, ocorrendo apenas durante os períodos de enchentes alguns casos de febres intermitentes, quando o rio alaga suas margens, os quais cedem à primeira aplicação de quinino.

Juparaná Grande - Esta lagoa é um perfeito mar de água doce, contendo em sua margem Sul uma pequena lagoa que se comunica com esta e é chamada "Paus", de pouca extensão. A lagoa Juparaná tem aproximadamente 4 a 5 léguas de comprimento em toda sua extensão e uma de largura na barra, e dali um quarto pouco mais ou menos até o fim, tendo capacidade para navios de grande calado. Suas matas, colinas altaneiras e de uma vegetação luxuriante, prestam-se a toda sorte de culturas, incluindo o café, e em suas margens toda sorte de caça e em suas águas diversas espécies de peixes, que servem de nutrição a quase todos os que nela habitam.

Sesmarias - De 1814 a 1831 foram concedidas no Rio Doce, 80 e tantas, conforme o Dicionário do Dr. Cezar Marques, tendo poucas cultivadas.

População - A do último recenseamento, com pequenas alterações, é de 1.863 almas..

PROVÍNCIA DO ESPÍRITO SANTO
COMARCA DE IRIRITIBA
MUNICÍPIO DE GUARAPARI

Aspecto Geral - Ao norte da vila, a duas léguas de distância, e a oeste, a quatro, encontra-se o município montanhoso, oferecendo encantadoras paisagens devido à sua posição. Ao sul, estende-se a praia "Graçahy" até a povoação de Meaípe, onde encontra-se o pequeno morro "Barreirinha", marco divisor dos terrenos, doado à Câmara Municipal como patrimônio. Logo após, encontra-se a lagoa "Graçahy".

Na direção leste, existem dois morros: o Morro do Atalaia e o Morro da Igreja, que protegem a vila dos ventos que sopram do nordeste ao sueste.

História - A Vila de Guarapari foi fundada em 1585. O Donatário Francisco Gil de Araújo conferiu, por Provisão de 1 de Janeiro de 1679, o título de Vila, sendo registrado na Câmara Municipal em 1 de Março do mesmo ano. Em 1677, o Governador ergueu uma Igreja no alto do morro a leste da vila, dedicada à Virgem da Conceição. Em 11 de Janeiro de 1655, foi elevada à categoria de Paróquia, sendo seu primeiro pároco o Padre Antônio Esteves Ribeiro. Por Provisão de 4 de Fevereiro de 1751, foi concedido ao Arcediago Antônio de Sequeira Quintal para edificar uma capela com o título "SANTÍSSIMO CORAÇÃO DE JESUS", realizando-se a obra. Por ordem da Exma Presidência da Província em 1878, foi abandonada a Igreja levantada em 1677 por estar prestes a desabar, reconstruindo-se a do Santíssimo Coração de Jesus, concluída em 1880. Pela Provisão do Donatário Francisco Gil de Araújo de 1 de Janeiro de 1679, foi dado como patrimônio à Câmara Municipal seis léguas de terreno que começavam da Ponta da Fruta no lugar Ribeiro Doce para o sul. Em 1845, foi construída sobre o Rio Perocão uma ponte de madeira com pregões de pedra e cal. A lei provincial no 35 de 1868 autorizou

a construção da fonte do lugar Atalaia, concluída em 1870. A lei provincial no 55 de 4 de dezembro de 1872 mandou construir quatro pontilhões sobre os rios Jabuty e Surunga.

Pertencem a esta vila sete povoações: Meaípe, Aldeia Velha, Jabuty, Muquicaba, Perocão, Una e Campo Grande.

EM GUARAPARI, NO ESPÍRITO SANTO, AS MAIORES RESERVAS DE TÓRIO DO MUNDO - SUA HISTÓRIA É UMA LUTA POLÍTICA COM LANCES CÔMICOS E DRAMÁTICOS.

Reportagem de DARWIN BRANDÃO.

A MONAZITA E ILMENITA DO BRASIL S.A. (MIBRA) É UMA DAS DONAS DA MONAZITA CAPIXABA. UM GRUPO PODEROSO.

GUARAPARI é uma cidadezinha praieira distante pouco mais de uma hora de Vitória, a capital do Espírito Santo. Um município pobre e uma cidade sem pretensões que vivem exclusivamente das rendas de sua estação de veraneio. Muita gente não a conhece mas quase todos já ouviram falar no valor radioativo de suas areias, formidáveis e infalíveis na cura dos reumatismos e das moléstias da pele. Sob este aspecto — as praias para veraneio e as areias para os doentes Guarapari tem atravessado sua existência. Mas Guarapari é mais do que isso: é o maior reservatório de minerais atômicos do Brasil. As areias de sua praia não são como as areias das praias de todo o mundo: elas contêm monazitas. O que quer dizer que contém tório, cério, lantânio. Quer dizer mais ainda: que possui matérias indispensáveis para a produção da energia atômica.

SUA IMPORTÂNCIA

Acontece que todo mundo sabe, hoje; o que significa a energia atômica. Sabendo-se a importância da energia atômica é fácil calcular a importância das jazidas de Guarapari. É muito simples. Vejamos a Inglaterra, na era da máquina a vapor, com suas reservas de carvão. Vejamos os Estados Unidos — com o advento do motor a explosão — com suas reservas e controle do petróleo em todo o mundo. Nós, no Brasil e, especialmente em Guarapari, temos as maiores reservas de tório do mundo e nosso único concorrente é a Índia. Um quilo de tório tem o valor energético de 3 mil toneladas de carvão e 2.000 de petróleo, segundo o Relatório da Comissão de Energia Atômica da O.N.U. Somos um país privilegiado, com o mineral mais importante no mundo atual. Mas que não temos sabido aproveitar, é o que se verá nesta reportagem.

HISTÓRIA

Não é demais fazer um retrospecto na exploração das areias monazíticas de Guarapari. E o retrospecto começa em 1898 com a descoberta das jazidas pelos irmãos Aníbal e Dioclécio Pereira Borges, nas praias da "Areia Preta". Requereram o aforamento dos terrenos compreendidos entre Areia Preta e Mãe Bá mas o governo, tomando conhecimento das descobertas, abriu concorrência para a exploração. Começa aí a comercialização das jazidas pelo Eng. Maurício Isralson (associado aos irmãos Borges) e por um tal John Gordon.

Em 1900 foram exportadas as primeiras toneladas de areia para a Alemanha. Daí em diante a exportação não teve mais fim, como se pode ver pelo seguinte quadro organizado pelo Eng. Resk Frahya : E Resk Frahya termina seu relatório, melancolicamente: "Em nossa visita, de reconhecimento geral, feita às principais ocorrências de monazita do Espírito Santo, constatamos, com desagradável surpresa, que nossas reservas, se bem que importantes, são muito menores do que julgávamos.

História - A sede do município é a vila de Cachoeiro do Itapemirim, que tem data recente, pois a primeira casa construída foi no ano de 1846. Foi principalmente iniciada por pessoas ligadas ao comércio e à agricultura, vindas das províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O primeiro comerciante a estabelecer-se aqui foi o Dr. Cypriano da França Horta, e o primeiro fazendeiro foi o Capitão Pedro Dias do Prado, que muito contribuiu para a imigração de diversos amigos e parentes seus.

A freguesia foi criada pela Lei Provincial nº 11 de 26 de julho de 1856, com a denominação de "S. Pedro do Cachoeiro", pertencendo ao município de Itapemirim; elevada à categoria de vila, com a mesma denominação, pela Lei Provincial nº 11 de 23 de novembro de 1864, pertencendo à comarca de Itapemirim, tendo sido instalada em 26 de março de 1867, e o município elevado à comarca com a mesma denominação e separado de Itapemirim, com um só termo. Pela Lei Provincial nº 13 de 28 de novembro de 1878, a comarca foi suprimida e novamente reunida ao termo de Itapemirim, como até hoje se encontra, contra a vontade da maioria de seus habitantes e contra o direito das coisas, visto que este município, pela sua importância agrícola e comercial, tinha o direito, ao menos, de ser a cabeça da comarca, pois é mais rico e mais populoso do que toda a comarca de Itapemirim, antes desta anexação.

Topografia e descrição da Vila - A vila de São Pedro do Cachoeiro, que é a sede do município, está situada em ambas as margens do rio Itapemirim, dispondo de pouco terreno plano para arruamento, por estar cercada de morros mais ou menos altos. As ruas principais são as duas ruas que margeiam o rio, nas quais há boas casas de comércio e indústria; as outras são menos importantes e menos povoadas. Possui duas capelas feitas às expensas de particulares, sendo uma em cada lado da vila. Na capela do lado Norte, celebram-se cerimônias religiosas oficiais, já que a Igreja Matriz, também construída pelo cidadão Antonio Francisco Moreira, que a doou à província, já desabou em ruína.

Província do Espírito Santo, Comarca da Vitória

Descrição do Município do Espírito Santo

Aspecto geral - Do lado Norte, existe uma enseada formando a baía; do lado Leste, encontram-se o Monte Moreno e o morro chamado da Penha, cobertos de matos, sendo o terreno restante plano e arenoso, onde se encontram vários campos de criação. Ao Sul, notam-se montes, colinas e campos de criação em terrenos ondulados. Ao Oeste, as mesmas ondulações de terreno existem, incluindo campos de criação.

Mar e portos - Pelo lado Oriental, este município é banhado em toda a sua extensão pelo mar, onde, com exceção desta vila, só podem chegar pequenas canoas de pesca.

Ilhas - Da barra à foz do rio Marinho contam-se seis ilhas: a Baleia, Cruz do Rato, do Catolé, das Cobras, das Pombas e Forca, todas incultas.

Serras - Na entrada da barra existem o Monte Moreno e o morro onde se encontra edificado o Convento de Nossa Senhora da Penha, e mais acima o de Jaburuna; e na foz do esteiro de Aribiry, o Penedo, e além destes, o morro do Frade, vulgarmente chamado de Paul, que não merecem a denominação de serras.

Rios e Lagos - Seu território é regado por diversos rios, que são do lado Oeste o rio Jucu, que desagua no oceano, sendo sua nascente na serra do Engenho, recebendo em seu trajeto pequenos rios com várias denominações, sendo navegável até a Pedra da Mulata, e tendo sua foz na povoação do mesmo Jucu. O Marinho também pelo lado Oeste, que, recebendo as águas do Jucu na fazenda de Cassaroca, desagua na baía da cidade de Vitória, onde forma o ancoradouro. Existem ainda o esteiro Aribiry, que desagua na baía da mesma cidade, abaixo do Penedo; e o da Costa, que desagua na já referida baía entre o Monte Moreno e a praia de Piratininga, as quais só recebem as águas das inundações. Existe a lagoa do Jabaeté, que tem pouco mais ou menos uma milha de extensão e muita profundidade, sendo muito piscosa; e uma pequena lagoa na povoação da Ponta da Fruta, as quais têm capacidade para navegação de canoas.

A barra é acessível a embarcações cujo calado não exceda a 20 pés e, logo à entrada, avista-se de um e outro lado as altas colinas que a margeiam e embelezam, sobressaindo a em que está o Convento de Nossa Senhora da Penha, uma das maravilhas do Brasil; à direita enfrenta-se com o Leopardo e à esquerda o Pão de Açúcar, que se elevam sobre as mais colinas, oferecendo ensejo para admirar-se a beleza e arte com que a prodiga natureza ornamentou a entrada da Capital, uma das melhores da nossa Costa; o aspecto é agradável.

Rios e Lagos - O território é cortado ao sul pelo rio Jucu que desagua na parte deste nome para o oceano, sendo sua nascente na Serra do Engano, prosseguindo em diversas direções, recebendo em seu trajeto pequenos rios com várias denominações, ora navegáveis ora em cachoeiras até precipitar-se na Pedra da Mulata - onde se despenha de elevada altura para mansamente deslizar-se recebendo em seu dorso afluência dos rios Vianna e Araçatiba que lhe aumenta o volume e o torna majestoso e soberbo em certas épocas do ano quando transborda e inunda as campinas que tanto aformoseiam quando em seu ruvel natural, para mais abaixo desviar uma boa parte de suas águas que, tomando a direção do canal aberto pelos extintos Jesuítas, apelida-se de - Cassaroca - Marinho e Paul e vem despejar em frente ao Porto Velho pouco acima da Cidade, para unir-se às águas do mar que formam o ancoradouro da Capital.

História - A primitiva ilha de Duarte de Lemos, que mais tarde se denominou - Vila da Vitória.

Os maus tratos no Orfanato Jesus Cristo Rei - Diário da Manhã, outubro de 1937.

Um ato de requintada crueldade
Um asilado do orfanato Cristo Rei amarrado ao tronco.

O ALGOZ JA ESTA AS MÃOS DA JUSTIÇA.

A primeira denúncia

Há dias tivemos denúncia de que na ausência do Padre Leandro o encarregado da disciplina do Orfanato maltratava as crianças. A pessoa que de tal nos cientificava merecer todo o crédito.
Prometemos que faremos uma sindicância breve no último sábado, outra denúncia nos chegava por intermédio do telefone.
Era de um dos alunos do ginásio do Espírito Santo, que solicitava a nossa presença ali, pois que um dos azilados havia sido maltratado.

Anteontem, por volta das 16 horas recebemos novo chamado com urgência, pois que um menino de terra idade se achava no tronco, desde sábado.
Era tal monstruosidade do fato, que a princípio vacilamos, duvidamos da veracidade da denúncia.
Imediatamente destacamos um dos nossos companheiros acompanhado do nosso fotógrafo. Depois um outro telefonema pedia a presença do nosso diretor.

Um quadro contristador

Ao chegarmos ao Edifício, na parte que funciona a escola de sapataria, no porão, um quadro contristador abalou todos os nossos nervos. Um misto de Piedade e de indignação todos experimentaram.

Amarrado a um dos pilares com os bracinhos para trás, jungidos aos pés de forma tal que se seria impossível qualquer movimento, uma pobre criança chorava.
Em torno desse posto de martírio achavam-se o doutor Kosciuszko Leão, chefe de polícia, Paulo de Tarso Veloso, redator de "A Gazeta", o nosso companheiro , agentes de polícia e grande número de populares.

Foram batidas duas chapas, das quais publicamos uma para melhor documentação desse ato de estupida barbarie, incompatível com os nossos foros de Cultura.

VISITANDO BAIRROS E SUBURBIOS

EXAUSTIVA TAREFA JORNALISTICA ENCERRADA — RELEMBRANDO EM SINTESE
AS NECESSIDADES E APELOS — SAO JOAO, SANTA MARIA, JUCUTUQUARA, FRADINHOS, MARUIPE.

TERMINADA NOSSA MISSAO JORNALISTICA RELEMBRAMOS BAIRROS E SUBURBIOS VISITADOS, REFRESCANDO A LEMBRANCA DAS AUTORIDADES

Visitando bairros e subúrbios - 1953.

Texto de Adam Emil
Fotos de Moacyr Silva

VISITANDO BAIRROS E SUBURBIOS
Santa Lucia - um bairro dentro de outro

A tal rua da Arvore... — O leite é adquirido na Praia Comprida — Rede de esgotos nao existe — Valetas imundas

O bairro de Santa Lucia podemos assim dizer, um bairro dentro do outro, tao intimamente se acha ligado com a Praia Comprida.

Bairros e Subúrbios de Vitória (Folha do Povo - 1953).
Série de reportagens "Visitando Bairros e Subúrbios de Vitória".
Matéria de Adam Emil e fotos de Moacyr Silva para o jornal Folha do Povo - 1953.

Bairros visitados na matéria, seus problemas, reclamações e pedidos dos moradores:

- Contorno;
- Caratoíra;
- Alto de Caratoíra;
- Quadro;
- Vila Rubim;
- Forte São João;
- Fradinhos;
- Mulembá;
- Maruípe;
- Gurigica de Fora;
- Gurigica de Dentro;
- Praia do Suá;
- Praia Comprida;
- Santa Lúcia e zona sul da cidade.

Bairros e Subúrbios de Vitória (Folha do Povo - 1953)
Série de reportagens "Visitando Bairros e Subúrbios de Vitória".
Matéria de Adam Emil e fotos de Moacyr Silva para o jornal Folha do Povo - 1953.
Bairros visitados na matéria, seus problemas, reclamações e pedidos dos moradores.

VISITANDO BAIRROS E SUBURBIOS

Bairro de gente abastada, mas com inumeras ruas bem pobres.
Deficiências inumeras a merecer a atenção das autoridades municipais — Iluminação, poeira, falta de calcamento, etc.

O QUE VEMOS, LEMOS E OUVIMOS

Texto de Adam Emil
Fotos de Moacyr Silva
Decima sétima de uma série.

A Praia Comprida, compreendendo também a do Canto, é um dos mais agradáveis, senao o mais agradável dos bairros de nossa Capital, tao cheia
de lugares desagradáveis,
Entretanto, mesmo em nome da poesia ou do bucolismo, há muito que reclamar em se tratando da Praia Comprida, porque náo há poesia nem poetas capazes de resistir às continuadas investidas da poeira, capaz de matar implacavelmente as inspirações poéticas...

Pois é justamente o que mais existe, principalmente na parte final do bairro, onde ante qualquer "pé de vento" densas nuvens
de pó amarelo envolvem as pessoas e as coisas.

Com a maioria de suas ruas sem possuir calcamento ou sequer meio fio, Saturnino de Britto (final), Afonso Claudio, Aleixo Netto, Ordem Progresso (lado direito de quem chega
Rio Branco, José Teixeira, Santa Leopoldina, Iconha, Colatina (certo trecho), além de outras, apresentam falhas bem sensíveis, quer, como já dissemos, pela quantidade de poeira, como pelos buracos de todos os tamanhos.

A Praia Comprida é o bairro granfino da cidade.
E' lá que residem o comprador de café, o alto negociante, etc. E' bem verdade que também residem funcionários, pequenos comerciantes, operários, etc., porém, a maioria pertence à
classe alta, ou melhor à classe abastada, podendo essa diferenca ser notada pelas residencias.
Porque, sem dúvida, esse bairro possue as mais belas e caras moradias da cidade. Como não podia deixar de ser, apresenta muitos contrastes. Um bonito palacete ao lado de uma tosca cabana de pescador.
Algumas ruas bem calçadas e outras cheias de capim e lixo. Uma praia boa para o banho e outra demais suja. Enfim, uma série de contrastes que se enfileiram à vista do visitante.

As fortes chuvas que afetam o Rio Grande do Sul desde a semana passada já provocaram 85 mortes e afetaram 385 dos 497 municípios gaúchos.

Além disso, 201,5 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e 47,6 mil delas estão morando em abrigos, segundo os dados do boletim mais recente da Defesa Civil do Estado, divulgado na noite desta segunda-feira (6/5).

Na área de 375 mil m², no planalto serrano, próximo ao Civit, Escelsa e Macro, a 15 minutos de Vitória, surgiu, há oito anos, no meio dos bairros mais populosos, como Jardim Limoeiro, José Anchieta e Feu Rosa, o bairro Valparaíso.

Hoje, com uma população estimada em 4.500 moradores, Valparaíso é considerado um dos melhores bairros por possuir completa infraestrutura: ruas asfaltadas, água encanada, luz, rede de esgoto, escolas, centro comercial, etc. Talvez por tudo isso, Valparaíso tem atraído, nos últimos anos, grande parte dos setores da classe média, profissionais liberais, como comerciantes, funcionários de grandes empresas, etc.

A população é formada basicamente por famílias jovens, que saíram de bairros mais próximos de Vitória devido aos altos preços dos aluguéis. As edificações mais antigas datam de 1983, quando foram construídos os primeiros conjuntos habitacionais.

Atualmente, mais da metade da área de Valparaíso, 191 mil m², é ocupada por edificações com prédios de três andares, casas baixas e duplex.

Por ser um bairro de ocupação planejada, a maioria dos conjuntos ainda mantém a fachada original. Mas é comum também encontrar duas ou três obras em uma mesma rua. As principais são as casas, primeiras a receberem reformas.

É difícil encontrar numa mesma quadra um único tipo de casa; as fachadas estão sendo alteradas progressivamente. Ao todo, já são 1.100 unidades habitacionais em meio a 134 mil m² de área verde; o concreto armado é suavizado pela cobertura vegetal que cerca todo o bairro. Os conjuntos são integrados às áreas de lazer e ao comércio, centralizado em um único ponto.

Bairros e Subúrbios de Vitória (Folha do Povo - 1953).

Série de reportagens "Visitando Bairros e Subúrbios de Vitória".
Matéria de Adam Emil e fotos de Moacyr Silva para o jornal Folha do Povo - 1953.

Bairros visitados na matéria, seus problemas, reclamações e pedidos dos moradores:

- Contorno;
- Caratoíra;
- Alto de Caratoíra;
- Quadro;
- Vila Rubim;
- Forte São João;
- Fradinhos;
- Mulembá;
- Maruípe;
- Gurigica de Fora;
- Gurigica de Dentro;
- Praia do Suá;
- Praia Comprida;
- Santa Lúcia e zona sul da cidade.

A Festa "Remember Blow-Up" na casa de eventos "Na Vista" na Enseada do Suá nos dias 03 e 04/05/2024.

Programação sexta-feira
20:00 h - Abertura Ary
21:00 h - Back to The Past
22:00 h - Gordinho
23:00 h - Double You
24:00 h - Monstrinho
01:00 h - Encerramento

Programação sábado
20:00 h - Abertura Ary
21:00 h - Back to The Past
22:00 h - Monstrinho
23:00 h - Double You
24:00 h - Gordinho
01:00 h - Encerramento

Apresentação Fábio Pirajá.

SHOW MORE

Created 1 year, 9 months ago.

393 videos

Category Arts & Literature